Naquela época eu trabalhava no turno da noite e, pela
manhã, bem cedinho, ao deixar o trabalho, fui ao supermercado que já estava
aberto. Próximo da porta ouvi miados. Não tive dúvidas: me pus de joelhos pra
olhar embaixo de uns engradados e vi um gatinho escondido lá. Deveria estar
faminto, então comprei uma linguiça pra atraí-lo e deu certo!
Ela (e não ele) era um bebê lindo: bege, rajada e,
tendo olhos azuis como os da Monica, foi então batizada de “Bonnie”!
Levei-a para casa onde eu iria iniciar o ritual
de apresentação aos inúmeros cães e gatos que já tinha. No entanto, ao entrar
na varanda, com o alvoroço dos cães latindo, aquela doce criaturinha
se assustou e “virou uma onça”! Ela enterrou suas garrinhas afiadas nos meus
braços mas como ainda não se sentia segura, abocanhou meu dedo mindinho. Eu
sacudia a mão pra que ela soltasse e mais ela
mordia, pendurada no meu já miserável dedinho, que ficou inflamado por uma
semana! Ao mesmo tempo, aquela personalidade obstinada e lutadora me conquistou
para sempre!
A mensagem que a Bonnie deixou pelos 6 anos
que viveu em nossa companhia: “Não me tire da minha área de conforto ou quem
vai se sentir desconfortável é você!”

Vez ou outra ela tinha um tipo de recaída
e voltava prá casa cheia de carinhos para dar (ou cobrar), roçava o focinho num
cobertor fofo e quase da cor dela que eu tinha na cama. Ficava assim por horas;
acho que se lembrava da mamãe gata.
Nem chorei pela partida dela porque, na verdade, nem
sei se ela partiu mesmo. Deve ter achado uma outra casa mais aconchegante e
amigos gatos para passear com ela.
Adorei as fotos....
ResponderExcluirBjos