De repente aquele meu companheirinho já não faz parte dos meus dias. Simples assim.
Num
momento ele estava correndo livre e solto; daí cruzou a estrada e o
tempo não foi suficiente nem prá escapar do carro e nem pra eu me
despedir.
Ah!
Inesquecível aquele jeitinho altivo de cachorro com pedigree,
caminhando na minha frente, todo independente
(como se não precisasse de mim) mas olhando para trás o tempo todo prá
se certificar que eu estava indo também. Se eu mudasse de direção ele
mudava também e se apressava prá me ultrapassar e andar na minha frente,
como se soubesse aonde íamos.
Eu
me acostumei a dizer que ninguém sofre de solidão se tem um
"salsichinha". Eles te acompanham aonde for e dormem com você, se você
deixar; e nem te atrapalham, viu?
Eu
dizia que quando o Trouble passava pelo portão, ficava surdo! Eu
podia chamar, gritar, ficar brava, que nada o fazia parar. Ontem o
carro fez ... e lá se foi meu filhinho querido, cruzando a ponte pro
céu, no mesmo instante em que cruzou pela última vez uma estrada na
terra.
Prefiro
crer que ele não sentiu dor alguma. Partiu do jeito que eu acho a
partida deles deve ser: a gente se abala pela surpresa e pela perda mas
não houve tempo prá ele sofrer.
Só deixou prá trás os quase 8 anos de amor incondicional e uma monstruosa e dolorida saudade!
Ah!
Eu sei que você vai ter muito que correr livre pelos campos mas não se
esqueça de me encontrar do outro lado, quando for a minha hora de cruzar
a ponte... e daí, você vai andando na frente, prá me mostrar o caminho.
Obrigada meu "baby boy", por me fazer sentir tão especial e amada!
Bete 13/08/2012