18 de outubro de 2012

TROUBLE (07/10/2004 - 12/08/2012)



De repente aquele meu companheirinho já não faz parte dos meus dias. Simples assim.
Num momento ele estava correndo livre e solto; daí cruzou a estrada e o tempo não foi suficiente nem prá escapar do carro e nem pra eu me despedir.

Ah! Inesquecível aquele jeitinho altivo de cachorro com pedigree, caminhando na minha frente, todo independente (como se não precisasse de mim) mas olhando para trás o tempo todo prá se certificar que eu estava indo também. Se eu mudasse de direção ele mudava também e se apressava prá me ultrapassar e andar na minha frente, como se soubesse aonde íamos.
Eu me acostumei a dizer que ninguém sofre de solidão se tem um "salsichinha". Eles te acompanham aonde for e dormem com você, se você deixar; e nem te atrapalham, viu?

Eu dizia que quando o Trouble passava pelo portão, ficava surdo! Eu podia chamar, gritar, ficar brava, que nada o fazia parar. Ontem o carro fez ... e lá se foi meu filhinho querido, cruzando a ponte pro céu, no mesmo instante em que cruzou pela última vez uma estrada na terra.

Prefiro crer que ele não sentiu dor alguma. Partiu do jeito que eu acho a partida deles deve ser: a gente se abala pela surpresa e pela perda mas não houve tempo prá ele sofrer.

Só deixou prá trás os quase 8 anos de amor incondicional e uma monstruosa e dolorida saudade!

Ah! Eu sei que você vai ter muito que correr livre pelos campos mas não se esqueça de me encontrar do outro lado, quando for a minha hora de cruzar a ponte... e daí, você vai andando na frente, prá me mostrar o caminho.

Obrigada meu "baby boy", por me fazer sentir tão especial e amada!

Bete 13/08/2012

R A P - 19/10/2001 - 10/07/2012

É uma ironia essa vida!
Durante anos a fio você cuida de um alguém tão precioso porque você o ama, porque é um ser inocente e porque você é responsável por ele. De uma maneira ou de outra esse ser compartilha cada momento de sua vida com você e vice-versa.
O tempo passa, as vezes rápido, outras lento e você se acostuma com aquela presença no teu quintal, na tua vida.
Até em silêncio ele está presente.
Quando você acha um tempo de sobra, pára e o observa: Não importa como ou porquê mas ele está sempre em paz! Ah! E você adoraria saber a qual é a receita!
Mas ele tem medo de trovão e de tiros! Porém não se assusta ao correr solto pelos campos, após ter achado o portão esquecido aberto! Daí você descobre a diferença entre um cachorro alegre e um cachorro   f e l i z !!!
Os anos passam e ele presencia cada um dos teus dias, teus sorrisos, expectativas e tuas lágrimas. Ele te conhece melhor do que ninguém mas nunca usará isso contra você, porque ele te ama pelo e apesar do que você é. Ele te ama até pelo que você não é!
E você só precisa saber que ele está saudável e feliz.
Porém, um dia, aquele coraçaozinho que só viveu prá amar já nao consegue comportar tanto trabalho... está velho.
Velho??? Nunca! Doente, fraquinho, sim, mas jamais velho! E ele talvez te ame até mais agora porque releva o fato de você lhe colocar comida pela goela abaixo e até porque você o ajuda a levantar do chão com tanto carinho e respeito.
Sim, respeito por essa longa jornada que ele tem percorrido ao teu lado, sem reclamar e, muitas vezes, te incentivando, pelo exemplo, a seguir em frente, apesar de tudo.
Mas chega o dia em que você tem que deixá-lo partir porque ele já não pode mais ficar. Simples assim.
Simples?!?!?! E aquela presença no teu quintal, o rabo abanando quando você chegava em casa após dez dias ou dez minutos? Isso não conta?
De qualquer forma você tem que deixá-lo ir, não sem antes dizer o quanto o ama e como vai ser bom lá no céu, com os anjos, os amiguinhos, sem tiros e com muito mas muito campo florido prá correr a solta e descansar em alguma sombra próxima a uma das muitas lagoas do paraíso. Lá ele será feliz para sempre!
É... ele já se foi...
E você lembra que esqueceu de dizer a ele: Obrigado, Rap! Por tudo...